VIVERodecimoanodabárbara

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Um pouco país para muito artista

Personagens: Maria, Afonso, Iryna, rapaz da fila, microfone, figurantes.





Acto 1


Cena 1
Maria, Afonso, Iryna, microfone, figurantes na fila




(O Afonso e a Maria gostam de fazer castings para anuncios de televisão. Para este, convidaram Iryna, uma nova amiga vinda da Ucrânia. Na fila, as expectativas baixam e dão lugar à impaciência.)


IRYNA - (grande bocejo) Já estou farta de estar aqui.

MARIA - Vais ver que vale a pena! Aguenta!

AFONSO - (senta-se, as amigas acompanham) Não fico aqui muito mais tempo. Quando me falaram deste casting disseram que era uma coisa discreta, não que ia ficar numa fila com mais de 200 pessoas!

IRYNA - É verdade... para receber um não era preferível ficar em casa a estudar.

MARIA - E tu que falas! És a que tem mais hipóteses de ser escolhida! És loira, gira...

IRYNA - Mas tu ao menos falas bem!

AFONSO - Nos dias que correm falar é o que menos importa. É preciso é ter imagem.

MARIA - Olha que não! Até podes ser a criatura mais linda do mundo, mas para não acabares numa montra precisas de falar com as pessoas, ser dinâmico e fluente.

IRYNA - O que é "fluente"?

AFONSO - É falar mais do que deve, como a Maria.

MARIA - (sorri cinicamente para o Afonso) Seja como for, não é por perdermos esta oportunidade que vamos arruínar os nossos planos de futuros brilhantes.

AFONSO - (faz uma pausa pensativa) Vendo bem, era muito mais fácil se vivessemos noutro país.

IRYNA - Achas?! No meu país não há sequer lugar para actores. E quando há, também não há quem queira. São muito mal pagos.

MARIA - Não te iludas, aqui também é assim. Não é como na América, que vais trabalhar para Hollywood e sais de lá milionário.

AFONSO - (conclui) No nosso país tudo é mais difícil.

IRYNA - Então devias ir à Ucrânia. Lá não há sequer empregos. As pessoas saem do país em último acto de desespero. Não importa as qualificações que tens, o salário é sempre o mesmo, mau.


AFONSO - Dito assim parece muito legítimo emigrar. Mas não te esqueças que o que é bom para uns, é mau para muitos outros.

MARIA - Eu acho que que os portugueses da actualidade já não emigram à procura de emprego. O principal objectivo é estudar.


MICROFONE - "Afonso Franco, nº 56"

AFONSO - (levanta-se entusiasmado) É a minha vez!





Cena 2

Afonso, Maria, Iryna, rapaz da fila, figurantes

MARIA - (põe a mão no ombro da Iryna) Vais ver que vai correr bem. Não custa nada.

IRYNA - Eu sei, mas e se eles começam a rir de mim, da minha pronuncia? Nunca mais volto a sair de casa!

MARIA - (ri, calmamente) Não digas tolices!

RAPAZ DA FILA - (corre para o amontoado de gente) Escolheram! Já sabem quem vai fazer o anuncio!

TODOS - (faz-se silêncio. olham uns para os outros)

AFONSO - (abre as portas do edíficio e sai com uma cara de felicidade imensa) Ganhei!!! Fui escolhido! Vou fazer o anuncio!!!

MARIA E IRYNA - (sorriem para o Afonso)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Para falar só um bocadinho. (sobre as paráfrases)

Meus caros colegas, amigos e compatriotas do 10ºF e afins:
Gostava de dar um pouquinho da minha opinião acerca das paráfrases que fizemos para a aula passada (raro T.P.C.). A grande maioria da turma fez, e quem não fez também não terá feito muita falta para a festa geral, que todos achámos super-divertida. Cada paráfrase colocava a pobre Lianor (quase sempre infeliz do ponto de vista da maioria) em lugares diferentes: num centro comercial, muito stressada; numa praia, de óculos de sol; num pântano com um sapo na cabeça... enfim, "carradas" de ideias originais. Até alunos mais escondidos pelo medo (como o Sérgio, por exemplo), saíram da toca para nos surpreender com uma coisa realmente bem escrita e muitíssimo bonita.
A nossa cara professora, quase sempre alegre e sorridente (muitas vezes irónica), explicou-nos que aquilo que tanto nos custou a criar, aquilo de que tanto nos orgulhávamos, não eram paráfrases; as nossas obras de arte eram variações, ou seja, derivações do poema (neste caso de Camões).
Apesar disso, a turma não desanimou e espera pela próxima proposta para pôr as mãos á obra. Há-de saír mais uma das maravilhas do 10f.

Fiquem bem*

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Para os adultos

"E se as histórias para crianças
passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente
o que há tanto tempo têm andado a ensinar?"

José Saramago

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ideia Brilhante



Isabel Lamas in Era uma Vez...